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Cravo e Ferradura
Cristóvão Bastos, Aldir Blanc e Clarisse Grova
Primeiro foi um som leve
De peneira peneirando,
O mar de ideias de um louco,
A água dentro do coco
Foi crescendo entre palmeiras
E tambores batucando
Um balbucio, um rugido,
Um som de tragédia e circo,
Um som de linha de pesca,
Som de torno e maçarico
Veio um som de escavadeira,
Bate-estaca, britadeira,
Um som que machuca e lanha,
Um som de lata de banha,
Som de caco, som de tralha,
Era um som de mutilados
Quebrando gesso e muleta,
Um som de festa e batalha
Ah, era um som que me orgulhava,
Som de ralé e gentalha,
Era o som dos prisioneiros,
Som dos exús catimbeiros,
Ai, era o som da canalha
Trovão, forja, baticum,
Som de cravo e ferradura:
— Dez mil cavalos de Ogum!
Esse é o som da minha terra
Som de andaime despencando,
De encosta desmoronando,
De rios violentando
As margens do meu limite
Samba, samba, samba,
Pulsas em tudo que existe,
Vazas se meu sangue escorre,
Nasces de tudo o que morre
O Ronco da Cuíca | De Frente Pro Crime
João Bosco e Aldir Blanc
Roncou, roncou
Roncou de raiva a cuíca,
Roncou de fome
Alguém mandou
Mandou parar a cuíca
É coisa dos home
A raiva dá pra parar, pra interromper
A fome não dá pra interromper
A raiva e a fome é coisa dos home
A fome tem que ter
Raiva pra interromper
A raiva e a fome de interromper
A fome e a raiva é coisa dos home
É coisa dos home
É coisa dos home
A raiva e a fome
Mexendo a cuíca
Vai ter que roncar
•
Tá lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto a foto de um gol
Em vez de reza a praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
O bar mais perto depressa lotou
Malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa do bar
E fez discurso pra vereador
Veio camelô vender
Anel, cordão, perfume barato
Baiana pra fazer pastel
E um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então...
Tá lá um corpo estendido no chão
Em vez de rosto a foto de um gol
Em vez de reza a praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
Sem pressa foi cada um pro seu lado
Pensando numa mulher ou num time
Olhei o corpo no chão e fechei
Minha janela de frente pro crime
Veio camelô vender
Anel, cordão, perfume barato
Baiana pra fazer pastel
E um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então...
Tá lá um corpo estendido no chão
Plataforma
João Bosco e Aldir Blanc
Não põe corda no meu bloco
Nem vem com teu carro-chefe
Não dá ordem ao pessoal
Não traz lema nem divisa
Que a gente não precisa
Que organizem nosso carnaval
Não sou candidato a nada
Meu negócio é madrugada
Mas meu coração não se conforma
O meu peito é do contra
E por isso mete bronca
Neste samba plataforma
Por um bloco
Que derrube esse coreto
Por passistas à vontade
Que não dancem o minueto
Por um bloco
Sem bandeira ou fingimento
Que balance e abagunce
O desfile e o julgamento
Por um bloco que aumente
O movimento
Que sacuda e arrebente
O Mestre Sala dos Mares
João Bosco e Aldir Blanc
Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como navegante negro
Tinha dignidade de um mestre sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto, pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
Dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
E a exemplo do feiticeiro gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais
Navalha
João Bosco e Aldir Blanc
Teu sorriso é uma navalha
Que abre o meu coração
O sangue pelo peito
É do Cristo na Paixão
Ai, eu fui crucificado
Nos cravos do teu amor
Não me lembro de outra coisa
Que me causasse tanta dor
Mesmo pregado na cruz,
Sinto falta da navalha
Sou escravo, Deus me valha
Daquele raio de luz
Suave Veneno
Cristóvão Bastos e Aldir Blanc
Vivo encantado de amor
Inebriado em você
Suave veneno que pode curar
Ou matar sem querer por querer
Essa paixão tão intensa
Também é meio doença
Sinto no ar que respiro
Os suspiros de amor com você
Suave veneno você
Que soube impregnar
Até a luz de outros olhos
Que busquei na noite pra me consolar
Se eu me curar deste amor
Não volto a te procurar
Minto que tudo mudou
Que eu pude me libertar
Apenas te peço um favor
Não lance nos meus
Esses olhos de mar
Que eu desisto do adeus
Pra me envenenar
Altos e Baixos
Sueli Costa e Aldir Blanc
Foi, quem sabe, esse disco
Esse risco de sombra em teus cílios
Foi ou não meu poema no chão
Ou talvez nossos filhos
As sandálias de saltos tão altos
O relógio batendo, o sol posto, o relógio
As sandálias, e eu bantendo em teu rosto
E a queda dos saltos tão altos
Sobre os nossos filhos
Com um raio de sangue no chão
Do risco em teus cílios
Foram discos demais, desculpas demais
Já vão tarde essas tardes e mais tuas aulas
Meu táxi, whisky, Dietil, Diempax
Ah, mas há que se louvar entre altos e baixos
O amor quando traz tanta vida
Que até pra morrer leva tempo demais...
Pretinho Básico
Moyseis Marques e Aldir Blanc
É meu pretinho básico e
Eu tô quase que de quatro
Porque é muito amô!
Marrento, banca o sádico...
Não entro nesse barco, não sinhô!
Os olhos de menino
com um brilho de assassino
Ancoraram no meu peito
E o lindo trejeito moleque me fisgou!
Me faz cafuné, cafunga o meu pé,
me diz que vai durar pra sempre...
(Meu coração ouve a razão:
— não vai, não!)
Então, tá! Sou mulhé
Pra guentá o tranco do Poeta:
"Infinito enquanto dure"
Pretendo curtir, morrendo de rir,
Até que o caso e a casa caiam
Quero viver, até o fim,
é bom pra mim, pra você,
Pra valer
O meu futuro a Deus pertence
e eu vivo no presente, Oxalá!
Meu destino entrego aos rios
do meu Orixá…
Deus me guia
e eu vivo no presente, Oxalá!
Meu destino entrego aos rios
do meu Orixá
Pra Que Pedir Perdão?
Moacyr Luz e Aldir Blanc
Se é pra recordar dessa maneira
Sempre causando desprazer,
Jogando fora a vida em mais uma bebedeira,
Ó, sinceramente, é preferível te esquecer
Eu te prometi mundos e fundos
Mas não queria te magoar
Eu não resisto aos botequins mais vagabundos
Mas não pretendia te envergonhar
Marquei bobeira…
Vi muitas vezes o destino
Ir na direção errada
E a bondade virar completo desatino,
A carícia se transformando em bofetada
Ah, eu sou rolimã numa ladeira
Não tenho o vício da ilusão
Hoje eu vejo as coisas como são
E estrela é só um incêndio na solidäo
Se eu feri teu sonho em pleno vôo,
Pra que pedir perdão se eu não me perdôo?
Choro pro Zé
Guinga e Aldir Blanc
Ai, por que choras, sax, tanto assim?
Conta pra mim o que te faz sofrer
Sou teu amigo, fiz por merecer:
Sempre junto a ti
Sou o coração que faz você viver
Ai, por que choras, sax, tanto assim?
Não há motivo pra se arrepender
Confia em mim
Que em minha vida
Alegrias, horas tristes e vazias
Passo com você
A emoção que seduz
Solando um choro ou um blues
Me faz lembrar de outras noites muito azuis
Ouvindo o sax murmurar
Num baile ao luar
Frases pra sofisticada lady
Existe um sax em mim
Chorando baixinho assim
E é tão bonito uma lágrima cantar...
Um saxofone num bar
Me faz respirar
Sempre que o amor
Provocar em mim falta de ar
Saindo à Francesa
Moacyr Luz, Aldir Blanc e Luiz Carlos da Vila
Gordo
Ligaram pra mim sobre a hora do entrerro
Foi trote isso tudo não passa de um erro
Me encontra com riso de sempre no bar
Que quero esclarecer esse mal entendido
O gordo não falta eu tô meio fudido
A gente vai ter muito que conversar
Coisa e tal patati patata
Gordo
Eu hoje só volto pra casa bem tarde
O papo vai ser do Romário ao Ecad
Passando muito mulher que sem elas a gente não vive
E discutir a importância da velha amizade
Redimensionar a palavra saudade
E nela que tudo que amei sobrevive
E quando eu for ao banheiro dar uma mijada
Saí sem se despedir
Sem boa noite sem nada
O Gordo maluco quem mandou me abandonar
No dia seguinte vou telefonar
E xingo quem te pariu
O palavrão fica so na intenção
Alguém vai dizer que meu Gordo dormiu
E vou te procurar num montão de espelunca
E só descansar no dia de São Nunca
Se Deus confessar que meu Gordo dormiu... Dormiu!
E vou te procurar num montão de espelunca e só descansar
No dia de São Nunca se Deus confessar que meu Gordo dormiu
Flores em Vida (Pra Nelson Sargento)
Aldir Blanc e Moacyr Luz
Ele é um samba de quadra da Mangueira
Que Deus letrou,
Dá aula sobre a cidade
E nessa universidade
É o reitor
Como dizia outro Nelson
Despedida
Não dá nenhum prazer
Pra parar com essa mania
De sofrer
Trouxe aqui
Flores em vida
Prá você
Se a paixão do momento engana
Que é bonita
O Nelson Sargento diz que acredita
Essa é a grandeza que o samba nos legou
Em cada tristeza erguer nosso copo ao humor
Se o riso é mais do que do que o cansaço
Mangueira cabe em nosso abraço
E toda a dor desse mundo
enfeita a nossa fantasia…
Sargento apenas no apelido
Guerreiro, negro dos Palmares,
Nelson é o Mestre Sala dos Mares
Singrando as águas da Baía
Anjo da Velha Guarda
Moacyr Luz e Aldir Blanc
O terno branco parece prata
E a fita em meu peito diz que eu sou
Daqueles que vão pra Maracangalha
Rever Anália
Eu vou
No vento que leva o chapéu de palha
Também sou de fibra e pau-brasil
O samba é tudo que eu sei
E Momo é o único rei que amei
Sou a sétima corda e passo devagarinho
Com Rodouro no coração
Meu nome em letras de ouro
É parte do tesouro de qualquer agremiação
De cuíca eu manjo
Também vou de banjo
Fiz das avenidas meu salão…
Fidalguia esbanjo
E danço com meu anjo
Eu sou da velha guarda, meu irmão!
Medalha de São Jorge
Moacyr Luz e Aldir Blanc
Fica ao meu lado, São Jorge guerreiro
Com tuas armas, teu perfil obstinado
Me guarda em ti, meu Santo Padroeiro
Me leva ao céu em tua montaria
Numa visita a lua cheia
Que é a medalha da Virgem Maria
Do outro lado, São Jorge Guerreiro
Põe tuas armas na medalha enluarada
Te guardo em mim, meu Santo Padroeiro
A quem recorro em horas de agonia
Tenho a medalha da lua cheia
Você casado com a Virgem Maria
O mar e a noite lembram na Bahia
Orgulho e força, marcas do meu guia
Conto contigo contra os perigos
Contra o quebranto de uma paixão
Deus me perdoe essa intimidade
Jorge me guarde no coração
Que a malvadeza desse mundo é grande em extensão
E muita vez tem ar de anjo e garras de dragão
Mandingueiro
Moacyr Luz e Aldir Blanc
Num samba assim mandingueiro
É que eu divido bem o tempero
E é bom dosar o ingrediente:
Um dente, sal menos louro,
Eu não entrego o ouro e é olé
No gringo
Brincar com eu brinco
É armar um rolo,
Aí meto o couro pra valorizar
O que é brasileiro
Porque só quem gira a pé no morro
Sabe o que eu corro por aí
Pra essa peteca não cair
Canto qualquer parada
Mando: — não tem errada!
Porque só quem gira a pé no morro
Sabe o que eu corro por aí
Pra essa peteca não cair
Meu samba não vai cascatear,
Eu digo então tá e dou o plá!
Quer ver esse molho desandar?
Põe muito louro
E blá-blá-blá
Imperial
Wilson das Neves e Aldir Blanc
Venha
Como um romeiro volta aos pés da Penha
Como um iniciado sabe a senha
Você eu, dois lampejos de mato e cristal
Beijos, a lenha antiga ardendo na fogueira,
Balões cruzando o céu de Madureira,
A Serra em nós nos dizendo que é imperial...
Herdeira,
As cintilações da África primeira
Bordão cinto prata sobre a mãe solteira, ai, ai, ai
O umbigo é a chave da clave de sol
Bandeira,
Como o carnaval em plena quarta-feira,
Lua branca em neve na tamarineira, ai, ai, ai
Verde mar rasgado em faca de farol
Nação
João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio
Dorival Caymmi falou para Oxum
Com Silas tô em boa companhia
O Céu abraça a Terra
Deságua o rio na Bahia
Jêje, minha sede é dos rios
A minha cor é o arco-íris
Minha fome é tanta
Planta flor, irmã da bandeira
A minha sina é verde-amarela
Feito a bananeira
Ouro cobre o espelho esmeralda
No berço-esplêndido a floresta em calda
Manjedoura d'alma
Labarágua, sete quedas em chama
Cobra de ferro, Oxum-Maré
Homem e mulher na cama
Jêje tuas asas de pomba
Presas nas costas
Com mel e dendê
Agüentam por um fio
Sofrem o bafio da fera
O bombardeiro de Caramuru
A sanha d'Anhanguera
Jêje tua boca do lixo
Escarra o sangue
De outra hemoptise
No canal do mangue
O uirapuru das cinzas chama
Rebenta a louça, Oxum-Maré
Dança em teu mar de lama
Linha de Passe
João Bosco e Aldir Blanc
Toca de tatu, linguiça e paio, boi-zebú,
rabada com angú, rabo de saia
Naco de peru, lombo de porco com tutu
e bolo de fubá, barriga d'água
Há um diz que tem e no balaio tem também
um som-bordão bordando o som, dedão, violação
Diz um diz que viu e no balaio viu também
um pega lá no toma lá dá cá do samba
Caldo de feijão, um vatapá, um coração
Boca de siri, um namorado, um mexilhão
Água de benzê, linha de passe, um chimarrão
Babaluaê, rabo de arraia e confusão...
Cana e cafuné, fandango e cassulê,
sereno e pé no chão, bala, candomblé,
e meu café, cadê? Não tem, vai pão com pão...
Já era a Tirolesa, o Garrincha, a Galeria,
a Mayrink Veiga, o Vai-da-Valsa, e hoje em dia
Rola a bola, é sola, esfola, cola, é pau a pau,
e lá vem Portellas que nem Marquês de Pombal
Mal, isso assim vai mal, mas viva o carnaval,
Lights e sarongs, bondes, louras, King-Kongs,
meu pirão primeiro é muita marmelada,
puxa-saco, cata-resto, pato, jogo-de-cabresto
e a pedalada
E quebra outro nariz na cara do juiz...
Aí, há quem faça uma cachorrada
E fique na banheira, ou jogue pra torcida,
Feliz da vida!
Saudades da Guanabara
Mário Gago
Eu sei
Que o meu peito é lona armada
Nostalgia não paga entrada
Circo vive é de ilusão (eu sei…)
Chorei
Com saudades da Guanabara
Refulgindo de estrelas claras
Longe dessa devastação (…e então)
Armei
Pic-nic na Mesa do Imperador
E na Vista Chinesa solucei de dor
Pelos crimes que rolam contra a liberdade
Reguei
O Salgueiro pra muda pegar outro alento
Plantei novos brotos no Engenho de Dentro
Pra alma não se atrofiar (Brasil)
Brasil, tua cara ainda é o Rio de Janeiro
Três por quatro da foto e o teu corpo inteiro
Precisa se regenerar
Eu sei
Que a cidade hoje está mudada
Santa Cruz, Zona Sul, Baixada
Vala negra no coração
Chorei
Com saudades da Guanabara
Da Lagoa de águas claras
Fui tomado de compaixão (…e então)
Passei
Pelas praias da Ilha do Governador
E subi São Conrado até o Redentor
Lá no morro Encantado eu pedi piedade
Plantei
Ramos de Laranjeiras foi meu juramento
No Flamengo, Catete, na Lapa e no Centro
Pois é pra gente respirar (Brasil)
Brasil
Tira as flechas do peito do meu Padroeiro
Que São Sebastião do Rio de Janeiro
Ainda pode se salvar
O Bêbado e a Equilibrista
João Bosco e Aldir Blanc
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco...
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil...
Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora...
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarices
No solo do Brasil...
Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...
Cabô, Meu Pai
Mário Gago
O pai me disse que a tradição é lanterna
vem do ancestral é moderna
bem mais que o modernoso
e aí é o meu coração que governa
na treva é a luz mais eterna
o todo mais poderoso
Também me disse
com aquele jeito orgulhoso,
que o samba é mais que formoso,
que ninguém lhe passa a perna
É a marola que vira o mar furioso
Netuno misterioso
o tesouro da caverna.
A jura é pra quem rezar,
a reza é pra quem jurar
a alma pra sempre é a do Fundador
Maré muda como o luar,
futuro é pra quem lembrar
Se é isso que o pai ensinou…
Cabo
Cabô, meu pai…
Cabô, ô ô …
Cabô, meu pai… Cabô!